Palavra cruzada, quebra-cabeça, sudoku e labirintos. Para muitos, estas atividades são bons passatempos para divertir e que ajudam a ocupar o tempo ocioso. Mas, na realidade, funcionam como uma ginástica que mantém o cérebro ativo e o estimulam.
"Manter o cérebro ativo é fundamental para evitar as perdas de neurônios e conexões interneurais, que começam a ficar mais evidentes a partir dos 45 anos. Durante a vida produtiva, a pessoa que estimula o cérebro faz uma espécie de 'poupança' de neurônios e redes neuronais para enfrentar o declínio cognitivo nas idades mais avançadas", esclarece Henrique Braga Silva, neurologista do Hospital Anchieta, de Brasília.
"O cérebro é como os músculos, ele atrofia se não for usado. Os exercícios estimulam este órgão com novidade, variedade, graus de dificuldade crescente e liberam neurotrofinas, que são como nutrientes para o cérebro. Entre as neurotrofinas está a dopamina, responsável pela melhora das sinapses, aumento do consumo de glicose e aumento do fluxo sanguíneo, e que forma novas redes neurais", explica Antonio Carlos Guarini Perpetuo, presidente do Supera, método que estimula o cérebro através de exercícios com o ábaco e outras atividades.
Além disso, a ginástica tira o cérebro da zona de conforto. O cérebro tem uma capacidade imensa, mas é preguiçoso. Ele funciona no 'piloto automático', sem quebra de rotina. E o maior veneno para o cérebro é a rotina. Por exemplo, se você faz todo dia o mesmo caminho para chegar ao seu trabalho, você nem percebe mais quantos semáforos parou e não repara nas pessoas que passam, pois não tem estímulo nenhum para o cérebro. Este tipo de atitude deixa o órgão estagnado, portanto procure viajar, namorar, passear, entre outras atividades que quebrem a sua rotina", sugere Antonio Carlos.
"A rotina e o tédio são os principais inimigos do cérebro e da alma. Se não há aprendizado, o cérebro não se exercita e acaba ficando parado no tempo, então é preciso ficar atualizado o tempo todo. Um estudo feito recentemente avaliou grupos de pessoas mais idosas que aprenderam música, novos idiomas, foram estimulados a aumentar a capacidade de leitura e, por último, um grupo especial foi treinado na técnica de argumentação e retórica. Todos os grupos tiveram aumento de suas capacidades cognitivas, mas aquele grupo da argumentação se sobressaiu em relação aos outros. Além da melhora cognitiva, houve aumento também do QI. Isto significa dizer que, se você for um bom questionador, mantendo sempre a curiosidade pelas coisas, estará estimulando sua memória em um nível mais elevado. Ser um eterno aprendiz é um bom estímulo para manter nosso cérebro sempre saudável", recomenda o médico Henrique.
Uma das maiores vantagens da ginástica para o cérebro é que ela retarda a perda da reserva cognitiva e aumenta a expectativa de vida, pois traz maior equilíbrio para o corpo e a mente. "Estudos da neurociência mostram que os exercícios que estimulam o cérebro causam tanto a neuroplasticidade (capacidade do cérebro de se reorganizar e fazer novas redes neurais) quanto a neurogênese (surgimento de novos neurônios)", comenta Antonio Carlos.
"Para estimular seu cérebro e melhorar sua concentração, você tem que manter o foco. Segundo Bill Gates, fundador da Microsoft, sua principal capacidade cognitiva foi sempre manter o foco naquilo em que se propôs a fazer. Para isto, você precisa fazer uma coisa de cada vez e terminá-las. É conveniente ter paz de espírito, combatendo a ansiedade, o estresse e a depressão. Ter uma boa noite de sono, praticar atividades físicas e parar de se preocupar com coisas pequenas também são importantes para melhorar sua capacidade cerebral", adverte o neurologista Henrique.
A ginástica para o cérebro é recomendada para pessoas de todas as idades. "O jovem busca melhorar a performance cerebral com mais criatividade, concentração e velocidade de raciocínio, ou então por causa de problemas específicos, como déficit de atenção e dislexia. Os exercícios trazem um ganho comportamental e gera reflexos positivos na vida pessoal, profissional e acadêmica. Já os mais velhos se interessam pela ginástica cerebral principalmente após algum problema de saúde, como o acidente vascular cerebral (AVC), pois os exercícios para o cérebro recuperam habilidades perdidas e são um complemento à fisioterapia", explica Antonio Carlos.
"Pessoas de todas as faixas etárias precisam manter seu cérebro ativo. As crianças já fazem isto de forma natural ao questionar tudo à sua volta. Para cada idade e situação cultural do indivíduo deverá haver um tipo específico de exercício. O objetivo principal é, mais uma vez, atrair o interesse e despertar a curiosidade e o questionamento em todos. Grandes gênios da história, filósofos e pensadores foram sempre grandes curiosos e questionadores", afirma Henrique.
Para estimular seu cérebro e mantê-lo ativo, é possível praticar exercícios que estimulem o órgão e também fazer pequenas mudanças no seu dia a dia. Para quem opta por escolas e métodos, a eficácia depende de diversos fatores. "Depende da forma com que os métodos são aplicados para os alunos e também do próprio interesse da pessoa que está aprendendo. Tais atividades têm que fazer sentido para a pessoa, visando atrair seu interesse e despertar a curiosidade natural de todo bom ensinamento", alerta o neurologista.
Mas é importante estimular seu cérebro desde cedo, pois tais exercícios podem melhorar sua capacidade de concentração e até impedir o avanço de doenças graves, como o Mal de Alzheimer. "A ginástica para o cérebro não impede o Mal de Alzheimer, mas consegue postergar os sintomas em até cinco anos, trazendo maior qualidade de vida ao doente e à família", avisa Antonio Carlos.
Existem infinitas possibilidades para exercitar nosso cérebro através de pequenas atitudes no nosso dia a dia. "Tome banho com a luz apagada, coloque o relógio no outro braço, faça um caminho diferente para o trabalho, sente em lugares diferentes na mesa de jantar, coma em outros ambientes dentro de casa (como sala, cozinha, quarto), brinque na linguagem do P com a família, converse em outros idiomas com os amigos. Tudo que te faz sair da rotina estimula seu cérebro", recomenda Antonio Carlos.
"Qualquer exercício que provoque o aprendizado ou melhore uma habilidade ou capacidade já existente é capaz de estimular nosso cérebro. Tais atividades basicamente promovem a formação de novas conexões entre os neurônios e ativam ou melhoram conexões já existentes. Por isso, o melhor combustível para o cérebro é o questionamento e o aprendizado. Por que isto é assim e não de outro jeito? Como isto funciona? Qual a finalidade de tal coisa? Por que você fez isto ou aquilo? Como faço para aprender determinada tarefa da melhor forma? Após cada questionamento vêm as reflexões e as respectivas respostas ou conclusões. Para isto, você terá que manter o hábito da curiosidade sempre em dia", sugere Henrique.
Fonte: uol qualidade de vida"Manter o cérebro ativo é fundamental para evitar as perdas de neurônios e conexões interneurais, que começam a ficar mais evidentes a partir dos 45 anos. Durante a vida produtiva, a pessoa que estimula o cérebro faz uma espécie de 'poupança' de neurônios e redes neuronais para enfrentar o declínio cognitivo nas idades mais avançadas", esclarece Henrique Braga Silva, neurologista do Hospital Anchieta, de Brasília.
"O cérebro é como os músculos, ele atrofia se não for usado. Os exercícios estimulam este órgão com novidade, variedade, graus de dificuldade crescente e liberam neurotrofinas, que são como nutrientes para o cérebro. Entre as neurotrofinas está a dopamina, responsável pela melhora das sinapses, aumento do consumo de glicose e aumento do fluxo sanguíneo, e que forma novas redes neurais", explica Antonio Carlos Guarini Perpetuo, presidente do Supera, método que estimula o cérebro através de exercícios com o ábaco e outras atividades.
Além disso, a ginástica tira o cérebro da zona de conforto. O cérebro tem uma capacidade imensa, mas é preguiçoso. Ele funciona no 'piloto automático', sem quebra de rotina. E o maior veneno para o cérebro é a rotina. Por exemplo, se você faz todo dia o mesmo caminho para chegar ao seu trabalho, você nem percebe mais quantos semáforos parou e não repara nas pessoas que passam, pois não tem estímulo nenhum para o cérebro. Este tipo de atitude deixa o órgão estagnado, portanto procure viajar, namorar, passear, entre outras atividades que quebrem a sua rotina", sugere Antonio Carlos.
"A rotina e o tédio são os principais inimigos do cérebro e da alma. Se não há aprendizado, o cérebro não se exercita e acaba ficando parado no tempo, então é preciso ficar atualizado o tempo todo. Um estudo feito recentemente avaliou grupos de pessoas mais idosas que aprenderam música, novos idiomas, foram estimulados a aumentar a capacidade de leitura e, por último, um grupo especial foi treinado na técnica de argumentação e retórica. Todos os grupos tiveram aumento de suas capacidades cognitivas, mas aquele grupo da argumentação se sobressaiu em relação aos outros. Além da melhora cognitiva, houve aumento também do QI. Isto significa dizer que, se você for um bom questionador, mantendo sempre a curiosidade pelas coisas, estará estimulando sua memória em um nível mais elevado. Ser um eterno aprendiz é um bom estímulo para manter nosso cérebro sempre saudável", recomenda o médico Henrique.
Uma das maiores vantagens da ginástica para o cérebro é que ela retarda a perda da reserva cognitiva e aumenta a expectativa de vida, pois traz maior equilíbrio para o corpo e a mente. "Estudos da neurociência mostram que os exercícios que estimulam o cérebro causam tanto a neuroplasticidade (capacidade do cérebro de se reorganizar e fazer novas redes neurais) quanto a neurogênese (surgimento de novos neurônios)", comenta Antonio Carlos.
"Para estimular seu cérebro e melhorar sua concentração, você tem que manter o foco. Segundo Bill Gates, fundador da Microsoft, sua principal capacidade cognitiva foi sempre manter o foco naquilo em que se propôs a fazer. Para isto, você precisa fazer uma coisa de cada vez e terminá-las. É conveniente ter paz de espírito, combatendo a ansiedade, o estresse e a depressão. Ter uma boa noite de sono, praticar atividades físicas e parar de se preocupar com coisas pequenas também são importantes para melhorar sua capacidade cerebral", adverte o neurologista Henrique.
A ginástica para o cérebro é recomendada para pessoas de todas as idades. "O jovem busca melhorar a performance cerebral com mais criatividade, concentração e velocidade de raciocínio, ou então por causa de problemas específicos, como déficit de atenção e dislexia. Os exercícios trazem um ganho comportamental e gera reflexos positivos na vida pessoal, profissional e acadêmica. Já os mais velhos se interessam pela ginástica cerebral principalmente após algum problema de saúde, como o acidente vascular cerebral (AVC), pois os exercícios para o cérebro recuperam habilidades perdidas e são um complemento à fisioterapia", explica Antonio Carlos.
"Pessoas de todas as faixas etárias precisam manter seu cérebro ativo. As crianças já fazem isto de forma natural ao questionar tudo à sua volta. Para cada idade e situação cultural do indivíduo deverá haver um tipo específico de exercício. O objetivo principal é, mais uma vez, atrair o interesse e despertar a curiosidade e o questionamento em todos. Grandes gênios da história, filósofos e pensadores foram sempre grandes curiosos e questionadores", afirma Henrique.
Para estimular seu cérebro e mantê-lo ativo, é possível praticar exercícios que estimulem o órgão e também fazer pequenas mudanças no seu dia a dia. Para quem opta por escolas e métodos, a eficácia depende de diversos fatores. "Depende da forma com que os métodos são aplicados para os alunos e também do próprio interesse da pessoa que está aprendendo. Tais atividades têm que fazer sentido para a pessoa, visando atrair seu interesse e despertar a curiosidade natural de todo bom ensinamento", alerta o neurologista.
Mas é importante estimular seu cérebro desde cedo, pois tais exercícios podem melhorar sua capacidade de concentração e até impedir o avanço de doenças graves, como o Mal de Alzheimer. "A ginástica para o cérebro não impede o Mal de Alzheimer, mas consegue postergar os sintomas em até cinco anos, trazendo maior qualidade de vida ao doente e à família", avisa Antonio Carlos.
Existem infinitas possibilidades para exercitar nosso cérebro através de pequenas atitudes no nosso dia a dia. "Tome banho com a luz apagada, coloque o relógio no outro braço, faça um caminho diferente para o trabalho, sente em lugares diferentes na mesa de jantar, coma em outros ambientes dentro de casa (como sala, cozinha, quarto), brinque na linguagem do P com a família, converse em outros idiomas com os amigos. Tudo que te faz sair da rotina estimula seu cérebro", recomenda Antonio Carlos.
"Qualquer exercício que provoque o aprendizado ou melhore uma habilidade ou capacidade já existente é capaz de estimular nosso cérebro. Tais atividades basicamente promovem a formação de novas conexões entre os neurônios e ativam ou melhoram conexões já existentes. Por isso, o melhor combustível para o cérebro é o questionamento e o aprendizado. Por que isto é assim e não de outro jeito? Como isto funciona? Qual a finalidade de tal coisa? Por que você fez isto ou aquilo? Como faço para aprender determinada tarefa da melhor forma? Após cada questionamento vêm as reflexões e as respectivas respostas ou conclusões. Para isto, você terá que manter o hábito da curiosidade sempre em dia", sugere Henrique.
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